Quem compra um carro blindado pensa que está protegido, que um ladrão pode atirar e a bala não vai passar. Mas uma fraude está colocando em risco a vida de muita gente que conta com a eficiência da blindagem. Tem empresa que está sendo acusada de pagar propina a oficiais do alto escalão do Exército para receber autorização para vender vidros blindados, e até capacetes militares, que simplesmente não cumprem o que prometem. Se alguém atirar, a bala vai passar.
Por dois meses, os repórteres Maurício Ferraz e Diego Zanchetta investigaram essa grave denúncia de corrupção. Quando o trânsito fica parado, muito motorista faz o seguinte: olha para um lado, olha para o outro e fica atento no retrovisor. O medo é que apareça algum ladrão. Na capital paulista, a média é a seguinte: cinco carros são roubados por hora. Uma coisa passa pela cabeça: e se o bandido resolve dar um tiro?
Acham que estão seguros, mas pode não ser bem assim. O Fantástico revela que oficiais do Exército são suspeitos de receber propina para liberar a venda de vidros que não cumprem o prometido, não protegem como deveriam. “Uma verdadeira fraude contra o consumidor que estava se operando”, diz o procurador da Justiça Militar Cláudio Martins.
Explosivos, armas, carros blindados. Quem fiscaliza esse tipo de produto controlado é o Exército. Tem que fazer todos os testes e só liberar para a fabricação e venda se estiver tudo correto. As investigações mostram que, além do tenente Jorge, outros 11 militares do Exército, inclusive três coronéis, estariam envolvidos no esquema que libera produtos que não protegem como deveriam. O mercado de carros blindados está crescendo. Em média, são vendidos por mês, no Brasil, 1,3 mil veículos. O preço da blindagem vai de R$ 20 mil a R$ 80 mil.
Com a ajuda da computação gráfica, fica fácil entender como é um kit completo. Dá para reforçar toda a lataria com uma manta sintética, a mesma usada em coletes à prova de balas. O tanque de combustível também pode ser revestido com essa manta e com aço inox. Já o vidro é feito intercalando camadas de materiais muito resistentes. Um deles é um plástico especial, o policarbonato.
O Fantástico entrou no carro para explicar os diferentes tipos de blindagem, porque não é tudo igual, não. O nível 1 é o mais básico: nesse caso, a pessoa que está dentro fica protegida de tiros de revólver calibre .22 e .38, mas se o criminoso atirar com uma arma mais potente, aí a bala passa. Para evitar isso, a blindagem teria que ser mais forte. O nível 3A é o mais usado no Brasil. Aguenta até tiro de um revólver superpotente: calibre .44. O Fantástico testou os vidros blindados. Nos testes oficiais, são cinco tiros. Nenhum pode furar o vidro. Como a blindagem que a SER Glass promete é nível 3A, as balas têm que ser calibre .44.
Do primeiro ao quarto tiro, o vidro aguentou. Mas no quinto, blindagem reprovada. Como mostra a supercâmera lenta. O Fantástico repetiu o teste, em outro vidro da SER Glass. Nesse caso, a blindagem falhou já no segundo tiro. E, depois, no quinto disparo. O Fantástico testou vidros de outras três marcas. Todos suportaram os cinco tiros, do mesmo calibre.
Fonte: Fantástico
Por dois meses, os repórteres Maurício Ferraz e Diego Zanchetta investigaram essa grave denúncia de corrupção. Quando o trânsito fica parado, muito motorista faz o seguinte: olha para um lado, olha para o outro e fica atento no retrovisor. O medo é que apareça algum ladrão. Na capital paulista, a média é a seguinte: cinco carros são roubados por hora. Uma coisa passa pela cabeça: e se o bandido resolve dar um tiro?
Acham que estão seguros, mas pode não ser bem assim. O Fantástico revela que oficiais do Exército são suspeitos de receber propina para liberar a venda de vidros que não cumprem o prometido, não protegem como deveriam. “Uma verdadeira fraude contra o consumidor que estava se operando”, diz o procurador da Justiça Militar Cláudio Martins.
Explosivos, armas, carros blindados. Quem fiscaliza esse tipo de produto controlado é o Exército. Tem que fazer todos os testes e só liberar para a fabricação e venda se estiver tudo correto. As investigações mostram que, além do tenente Jorge, outros 11 militares do Exército, inclusive três coronéis, estariam envolvidos no esquema que libera produtos que não protegem como deveriam. O mercado de carros blindados está crescendo. Em média, são vendidos por mês, no Brasil, 1,3 mil veículos. O preço da blindagem vai de R$ 20 mil a R$ 80 mil.
Com a ajuda da computação gráfica, fica fácil entender como é um kit completo. Dá para reforçar toda a lataria com uma manta sintética, a mesma usada em coletes à prova de balas. O tanque de combustível também pode ser revestido com essa manta e com aço inox. Já o vidro é feito intercalando camadas de materiais muito resistentes. Um deles é um plástico especial, o policarbonato.
O Fantástico entrou no carro para explicar os diferentes tipos de blindagem, porque não é tudo igual, não. O nível 1 é o mais básico: nesse caso, a pessoa que está dentro fica protegida de tiros de revólver calibre .22 e .38, mas se o criminoso atirar com uma arma mais potente, aí a bala passa. Para evitar isso, a blindagem teria que ser mais forte. O nível 3A é o mais usado no Brasil. Aguenta até tiro de um revólver superpotente: calibre .44. O Fantástico testou os vidros blindados. Nos testes oficiais, são cinco tiros. Nenhum pode furar o vidro. Como a blindagem que a SER Glass promete é nível 3A, as balas têm que ser calibre .44.
Do primeiro ao quarto tiro, o vidro aguentou. Mas no quinto, blindagem reprovada. Como mostra a supercâmera lenta. O Fantástico repetiu o teste, em outro vidro da SER Glass. Nesse caso, a blindagem falhou já no segundo tiro. E, depois, no quinto disparo. O Fantástico testou vidros de outras três marcas. Todos suportaram os cinco tiros, do mesmo calibre.
Fonte: Fantástico