FULERAGEM !!!! TENENTE STYVENSON FOI PROIBIDO PELO SEU COMANDANTE DE DAR ENTREVISTAS.

Um tenente da Polícia Militar faz seu trabalho de forma brilhante e, exatamente por isso, acaba ganhando os holofotes da mídia. À imprensa, fala conforme sua opinião, mostra o lado que poucos conhecem dos policiais, faz críticas a estrutura da instituição e aos servidores que pouco produzem em suas funções. E acaba punido por falar a verdade.

O tenente Styvenson Valentim, o homem responsável por comandar a fiscalização do trânsito em Natal e implantar a Lei Seca, está proibido de conceder entrevistas, a não ser que o tema seja o objeto direto do seu próprio trabalho. A ordem para permanecer em silêncio veio do comandante geral da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo, pressionado pelos demais tenentes insatisfeitos.

Em entrevista publicada n’O Jornal de Hoje do último dia 24, véspera de Natal, Styvenson mostrou que é muito mais do que um simples policial. Tem opinião bem formada sobre os mais variados temas e sabe o tamanho da sua responsabilidade, mas talvez ainda não tivesse noção do tamanho da importância de suas críticas. Hoje, uma declaração do militar ganha o destaque de uma celebridade na imprensa potiguar. E merecidamente.

Quando falou mal sobre a falta de trabalho de alguns tenentes, Styvenson não imaginava o tamanho da confusão que estava causando. Graças a habilidade e ao poder de comando de Araújo, os ânimos foram acalmados, pelo menos por enquanto. Mas, o líder da Lei Seca saiu com sua imagem interna arranhada, apesar de ter o apoio da maioria da população,insatisfeita com a crescente insegurança no Estado.

O ato de censura na PM, em pleno século XXI, foi autoritário e, de certa forma, até desnecessário. Bastava uma melhor orientação a Styvenson nas próximas oportunidades, o que qualquer assessoria de imprensa poderia fazer. Mas, a decisão de mandar o tenente se calar deixa claro que nasce no quartel da Polícia Militar uma nova liderança natural, capaz de causar um grande tumulto apenas por emitir sua opinião. Styvenson até deve ficar em silêncio, mas engana-se quem pensa que ele veio para ser mais um. O tempo dirá.